Você já brincou de “cabra cega”? onde fui criada chamávamos assim a brincadeira de guiar uma pessoa que estava vendada para um determinado objetivo. As pessoas ao redor gritam, orientam o participante a onde ele deve chegar e o que fazer.
Se não fez isso na infância, tenho certeza de que já ouviu falar.
Pense nesse jogo como uma analogia para a relação com o nosso corpo.
O nosso corpo não fala com palavras do que ele gosta, do que precisa, do que o repele. Ele dá sinais.
As emoções são outro sinal do corpo. Um exemplo positivo é de quando estamos apaixonados: a pessoa por quem você se sente atraído se aproxima, o seu coração dispara, as borboletas do estômago aparecem e suas pupilas dilatam. Em contrapartida, se um sinal codificado como perigoso ou doloroso aparece, o seu corpo fica tenso, rígido, você fica gelado.
O corpo utiliza dessas sensações e emoções para “contar” para você que um estímulo é gratificante ou aversivo. Por vezes, a reação dele é mínima e você reage, por outras, ele reage por si só.
Agora, transporte esse conhecimento para a sexualidade.
O corpo oferecerá sinais de satisfação ou de aversividade para os estímulos sexuais também. Você aprendeu que beijar é bom, provavelmente terá sensações positivas ao se ver prestes a ter essa experiência. Aprendeu que penetração é ruim/dolorosa, provavelmente o seu corpo reagirá negativamente a isso.
Antes de tratar qualquer sintoma/sensação/emoção em sexualidade, precisamos entender o que ele está comunicando, para a partir daí entender como podemos modificar, ampliar ou transcender os aprendizados frente ao estímulo.
Parece complexo? É mesmo, por isso precisamos estar atentos ao que o corpo nos conta e respeitando-o em cada momento nessa transformação possível e gratificante.