“Disseram que eu tinha que superar” – Luto na Terapia

“Disseram para mim que eu tenho que superar, que já faz 1 ano. Mas eu não consigo” Foi o relato da minha paciente ao falar do luto de uma pessoa querida.

Sua fala carregava a dor de alguém que se sentia julgada por ainda estar sofrendo, por chorar ao falar da perda, por não ter conseguido dar as coisas do ente perdido.

Também havia vergonha e recriminação “Será que eu ainda deveria ficar triste assim? Disseram que fica mais fácil, mas não sinto isso”.

Que tempo é adequado para um luto? Isso existe?

Em aspectos diagnósticos, o DSM – Manual de transtornos Mentais – consideramos o tempo de luto de dois anos. Trata-se de um parâmetro para avaliar se a reação da pessoa é alinhada ao evento e se houve o desenvolvimento de outros transtornos depois da perda.

Em aspectos clínicos, não utilizamos esse número como um objetivo. Afinal, quem pode definir o momento de sofrer e o de parar de sofrer?

Como trabalhamos o luto na terapia?
Na terapia, acolhemos o luto em sua expressão e intensidade. Ao mesmo tempo, em que auxilio o paciente a encontrar o seu tempo para agir, reorganizar-se ao redor da perda e encontrar novos significados.